quinta-feira, 19 de maio de 2011

Campaign Report: O Longo Inverno Argênteo [2]

1377 DR
The Year of the Haunting
Mirtul

O grupo liderado pelo Genasi Nazus continua suas buscas pelas minas de ferro de Neve Morta. Eles descobrem um estreito túnel que não haviam percebido antes, provavelmente uma tentativa frustrada de encontrar novos veios de minério. Ao explorarem o local, descobrem uma pequena rachadura na rocha, grande o suficiente para um goblim se expremer, imaginam. Após analisarem a passagem estreita por algum tempo, o grupo descobre que ela leva para um corredor longo e apertado. O anão usa das ferramentas dos mineradores para alargar a passagem. Eles iniciam o percurso, preocupados com ataques num lugar onde teriam dificuldades em se defender. A preocupação não era sem razão: após algumas dezenas de metros rastejando pela estreita passagem, um bando de ratos enormes os ataca ferozmente, deixando cicatrizes profundas e uma certa tensão. Mas o resto do caminho é traquilo, ainda que claustrofóbico.

O túnel estreito terminava em uma passagem um pouco mais ampla que a que ligava os túneis às minas, embora oferecessem uma queda dolorosa. Agilmente a elfa Jaheira deslizou pela passagem, incapaz de decobrir o que se encontrar abaixo. É surpreendida! Goblins! Muitos deles. Ela ataca ferozmente com suas flechas, mas é alvejada por muitos projéteis das nefastas criaturas. O resto do bando desce rapidamente a passagem e se juntam ao combate. No fim, 5 goblins caídos mortos, dois fugitivos e um grupo desgastado por uma batalha difícil! Decidem retornar e reportar a Gondril.

Uma vez de volta ao vilarejo que rodeia as minas, os personagens reportam ao anão, que imediatamene manda evacuar as Minas e montar barricada na entrada para as seções inferiores. Jaheira parte imediatamente para Neve Morta, a fim de reportar o ocorrido a Dandira enquanto o resto do grupo descansa e se recupera. Os personagens são acordados de forma brusca por um jovem escudeiro. Os goblins estão atacando! Eles se armam e vão à entrada das minas inferiores, onde encontram Gondril e alguns legionários combatendo um bando de goblins liderado por um hobgoblim. A batalha é intensa, mas os legionários conseguem repelir o ataque, com o auxílio do grupo. Eles perseguem os sobreviventes, mas alguns conseguem fugir, dentre eles o líder hobgoblim.

O grupo retorna para seus aposentos na estalagem e esperam pela próxima manhã, para finalmente explorar o covil dos goblins. Jaheira retorna antes do sol alcançar seu zênite, acompanhada de outros 5 legonários que se dispõem a auxiliar na proteção da pequena vila. O grupo então decide enfim rumar para as Minas de Ferro. Wallace, o chefe dos mineradores, lhes faz uma última súplica: 3 corpos de mineradores estão desaparecidos, o que significa que eles podem ter se tornado prisioneiros dos goblins. Assim, Wallace pede ao grupo que resgate esse homens, e que os mineradores reuniram uma pequena quantia em ouro para lhes recompensar. O grupo novamente atravessa o corredor estreito, deixando uma armada da legião resguardando as minas.


A entrada, onde no dia anterior os persnagens combateram o primeiro bando de goblim, agora estavam sendo guardadas por artilheiros goblins, protegidos acima de plataformas, enquanto um lobo atroz enfurecido jazia acorrentado no solo. Tão logo os personagens entraram na camara, os goblins libararam o lobo, alvejando os oponentes com flechas. O grupo supera a luta sem maiores dificuldade.

Seguindo adiante pelo corredor, Khelgar, o anão guerreiro, reconhece a arquitura dos túneis: aparentemente o grupo adentrou as ruínas de uma antiga fortaleza anã, dos tempos do reino de Delzoun, há muito abandonada pelo povo das montanhas. O grupo alcança a enorme galeria adiante, onde uma ponte conecta a plataforma de entrada da fortaleza enquanto uma outra ponte leva a uma encosta subterrânea que segue além do alcance da vista, no que aparenta ser uma estrada. Tão logo alcançam o salão, o grupo escuta o urro dos golbins, uma verdadeira armada que esperava por sua chegada. Protegidos pela ponte os goblins causam trabalho aos heróis, enquanto atiradores goblins armados com bestas se ocultavam atrás de seteiras. A batalha é intensa, mas os encantamentos certeiros do mago Jamel e a capacidade de voar do genasi Nazus se provam suficiente para revertar a vantagem na batalha. Por fim, os heróis conseguem subjulgar seus oponentes, deixando apenas um goblim vivo, para interrogatório. Com um comum tosco o goblim explica aos heróis que ele mesmo era membro de um pequeno bando que foi subjulgado pelo líder goblim Oik e que desde etão tem servido a esse novo líder. Diz que os hobgoblins tem aparecido de tempos em tempos e tido longas conversas com seu líder. Explica ainda que Oik é aconselhado por um poderoso e medonho bruxo goblim, Gub. Conta dos prisioneiros drows, que vinham feridos e famintos das partes mais profundas da estrada subterrânea. Por fim ele suplica aos personagens que permitam que as fêmeas e filhotes alojados no dormitório não sejam molestados. Convencido que o gobli não tinha mais informações, Khelgar libera um poderoso golpe de sue machado, deixando a elfa horrorizada. Explica-se: "Goblins são covardes! Ele entregaria a própria mãe se achasse que isso o permitiria sobreviver. Mas bastava a primeira oportunidade para eles nos atacar, se estivesse em uma situação de vantagem". "Ele era um prisioneiro" questiona a elfa, "Não existiam razões para matá-lo dessa maneira". Nazus comanda seus homens a seguirem a diante.

Após finalmente entrarem na fortaleza, os personagens rapidamente alcançam o dormitório, que estava sendo resguardado por um pequeno grupo de guardas. Depois da breve batalha, o grupo explora a sala, encontrando diversos fêmeas e filhotes amontoados em dormitórios pequenos demais para a grande quantidade de goblins. O bando é convecido por Jaheira a deixar que sobrevivam, ainda que Khelgar se sinta contrariado, "Logo estarão grandes o suficiente para integrar o bando de um novo líder de sua raça, é o que digo". Explorando o amplo salão, os heróis encontram ainda uma entrada secreta. Essa entrada os conduz até uma espécie de laboratório mágico, e ali eles enfrentam um poderoso bando de goblins, liderados pelo bruxo Gub. Ao fim dessa batalha, após explorarem o laboratório, os personagens descobrem a fonte da aura de corrupção das minas: um ritual mágico e antigo capaz de corromper o solo e a vida em um determinado local - provavelmente a razão pelo enfraquecimento dos minérios e da transformação dos guardas e mineradores em zumbis.

O grupo toma o outro caminho na fortaleza. Khelgar reconhece as portas de metal reforçado que guardam as prisões de seu povo, embora ela esteja trancada. O grupo avança, então, esperando encontrar as chaves nas mãos do líder das criaturas, Oik. Um amplo e empoeirado Salão do Trono é o lugar de onde Oik comanda seus asseclas. Protegido por um grande número de guardas goblins, os mais bem treinados da fortaleza, uma batalha intensa se segue. Apesar das dificuldades, o grupo consegue superar o desafio, ainda que terminem a batalha cansados e feridos. Após vasculhar o salão os personagens encontram a chave para as prisões, além de um pequeno baú. O baú contem um porta-pergaminhos de ferro, marcado com um pequeno brasão: um crânio humanóide perfurado por diversas flechas. Todos reconhecem a marca como o símbolo de poder do líder orc Obould Muitas Flechas, que outrora ocupou a Cidadela Felbar (na época chamada de Cidadela das Muitas Flechas). Incapazes de ler a carta (escrita no idioma goblim, que nenhum membro do grupo é capaz de compreender), o grupo volta sua atenção para a prisão. Jamel conta ao grupo que um vez de volta a segurança da cidade ele poderia conjurar um ritual para compreender a linguagem da carta de Obould.

Na prisão, o grupo encontra os três mineradores separados em três pequenas celas. Além deles, outros 3 prisioneiros encontram-se separados num segundo grupo de celas: drows! O goblim da entrada não estava mentindo afinal! Espancados e famintos os drows olham com um misto de ódio e medo para o grupo, com a exceção de um terceiro, que nem mesmo se dá ao trabalho de se levantar e os encarar. Após um longo diálogo os personagens descobrem que os dois drows são refugiados de Menzoberranzan, que conseguiram sobreviver aos perigos do subterraneo enquanto fugia do expurgo religioso da cidade. O terceiro drow finalmente se manifesta: "Seguidores de Vhaeraun e traidores do matriarcado". Jamel o questiona: "E quanto a você? É um traidor também?", "Não, eu servia a uma das casas. Mas pode-se dizer que toda a minha casa era composta de traidores, dentre machos e fêmeas. Ainda que louvavamos a Lolth perante a coroa, em segredo celebravamos a Dançarina da Lua, Eilistraee. Mas fomos descobertos e chacinados, algumas das Senhoras conseguiram fugir através de um portal que abriram as pressas, enquanto eu e outros guardas continhamos da melhor forma que podiamos a fúria das Sacerdotizas-Aranha e seus asseclas. Por fim um pequeno grupo conseguiu fugir, enquanto a guerra eclodia na cidade. Mas a maioria pereceu nos perigos do subterraneo, de forma que apenas eu consegui alcançar a superfície, para ser vergonhosamente capturado por goblins". Estava ferido e mal alimentado, além de claramente humilhado, ainda que fosse belo e orgulhoso a sua própria maneira.

Após uma breve discussão dentre o grupo, decidiram dar fim a vida dos dois drows, ao invés de simplesmente deixá-los a sua própria sorte, para morrerem de fome ou mesmo de destino ainda mais cruéis, um último ato de misericórdia liberado pelo arco de Jaheira. Quanto ao seguidor de Eilistraee, se é que dizia a verdade, tomariam-no como prisioneiro. Libertaram os outros três mineradores e fugiram, tão rapidamente quanto podiam, das minas.

Ao alcançarem a entrada das minas, pensaram em explorar um trecho das estradas, mas foram detidos por Jaheira. "Escutem isso. Algo se aproxima, vindo das estradas subterraneas. Temos de nos apressar". Estava correta. Um grande bando de hobgoblins despontou numa das extremidades da estrada, a que dava acesso à superfície. Provavelmente reforços acionados pelo hobgoblim que enfretaram na noite anterior. Fugiram tão rápidos quanto suas pernas cansadas permitiam, embroa Jamel tenha ficado para trás, tentando derrubar a ponte estreita que conectava a fortaleza às Minas de Ferro. Diversos golpes estrondosos de sua magia foram necessários para derrubar a ponte, fragilizada pela passagem das eras. Finalmente correu de encontro ao resto do grupo, enquanto flechas voavam pela enorme galeria, vindas dos arcos e bestas dos hobgoblins. O grupo conseguiu, portanto, concluir seus objetivos, embora agora trouxessem consigo palavras de um provável mau augouro...



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-=Dicas de Mestre=-

Eu quis dar a essa aventura um ar de que os personagens estavam verdadeiramente dando cabo de uma fortaleza goblim, algo que poderia de fato ameaçar a pequena vila que circunda as Minas de Ferro (e que faz parte do protetorado de Neve Morta). Para tal, fiz uso de uma grande quantidade de minions, que eram derrubados facilmente, mas que ainda assim davam número aos goblins, como se os personagens estivessem subjulgando verdadeiras tropas de inimigos. Aliás, minions compõem uma das mecânicas que mais me agradaram na 4E, pois permitem que os aventureiros enfrentem diversos oponentes sem que seja necessário colocar inimigos que sejam muitos e muitos "niveis de desafio" abaixo do grupo.

Existiam, portanto, uma missão maior nessa aventura: "derrotar os goblins que ameaçavam as minas", engatilhada pela descoberta de sua ameçada após as primeiras investigações na mina. Duas outras missões secundárias eram "resgatar os prisioneiros" e "descobrir o que tem causado o enfraquecimento dos minérios". "Resgatar os prisioneiros" era uma consequência direta do cumprimento da missão principal, mas "descobrir o que tem causado o enfraquecimento dos minérios" poderia não ter sido completada, caso so personagens não encontrassem a passagem secreta para o laboratório.

Para os tesouros, eu normalmente gosto de colocar eles como parte dos itens usados pelo inimigos. Então no final os espólios foram uma orbe mágica (em posse do bruxo goblim), uma espada longa mágica (em posse do líder dos goblins), um machado de batalha (em posse de um dos skullcrushers enfrentados) e um amuleto (encontrado dentre os pertences do bruxo goblim). Ao fim dessa longa aventura (que teve cerca de 10 encontros) o grupo alcançou o nível 2. Ela tomou duas longas seções de jogo (mais ou menos separadas nos dois textos do campaign report).

A, desculpem pelo mapa tosco! Eu desenhei ele rapidinho no paint, porque o original eu fiz a mão!

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